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sábado, 22 de outubro de 2011

Unhas e Dona Graça

Sempre que preciso cortar as unhas,
Eu vou a casa da Dona Graça,
Uma mulher de cinqüenta e poucos anos,
Seios moles, varizes e raízes brancas.

É mais fácil comer essa mocréia
E ter minhas unhas cortadas,
Que enfrentar a barriga de cerveja.

E tem mais,
Dona Graça sempre me dá uma panela de feijão.
Economizo uma semana de comida
E gasto mais com cerveja.

quarta-feira, 19 de outubro de 2011

Seu Fim (em mim)

O ponto G dela é a minha língua,
A ponta dela.
Delicada e úmida.
Circular.
Pontual.
Circular.

Eu brinco com o melado.
Encharco a boca,
Escorre pela barba.

O nariz aperta,
O que o lábio esfrega
E a língua goza.

segunda-feira, 17 de outubro de 2011

Filantropia

Doei sangue.
Um conhecido precisa.
Uma daquelas doenças que matam
ou destroem a pessoa.

Não fiz isso a pedido dele.
Fiz porque a futura viúva pediu.

Ótima amante,
Como toda carente.

domingo, 16 de outubro de 2011

Por tantos

Fazer poesia é fácil.
Rimar é ridículo.
Difícil é ter sentido,
Ser de verdade.

terça-feira, 11 de outubro de 2011

Carta para Luiza

Nunca fui tão feliz
E meus dedos tão amarelos.
Nunca fui tão compreensivo,
Tão paciente
E tive tantas dores de cabeça.

Não há problemas!
Agora,
Só sorrio
Quando sou sincero.
Não há obrigações.

Aparências, promessas,
Não me preocupo com essas coisas.
Desejo é como sede:
Ou mato,
Ou morro.

Se ainda queres saber,
Continuo botafoguense,
Talvez único amor que me sobra.

O resto é resto.

sábado, 1 de outubro de 2011

Silêncio

Solteiras, casadas e viúvas,
Todas preferem o silêncio.
Não faço mistério,
Só me calo em respeito.

São todas carentes,
Necessitadas de atenção.
Nada de carinhos em cabelos,
Beijos ou espelhos.
Só silêncio.

Quando muito,
Abro a boca para ser sincero,
Ou fazer um elogio alheio,
quicá, falso.

O melhor de tudo:
Funciona.