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quarta-feira, 31 de agosto de 2011

Fiz amor com uma viúva.


Ontem o dia foi uma bagunça.
Caminhei pelas ruas com uma latinha de cerveja na mão.
Parei numa loja de antiguidades.
Muito apropriado.
Comprei uma máquina de escrever.

- O que você vai fazer com isso?
Ela me perguntou.
- Cartas de amor.
Respondi bêbado.
Trocamos telefone.

De noite, num boteco na Zona Norte,
Suas mãos entraram por entre meus botões.
O beijo foi conseqüência.
Dali fomos para sua casa.

O álcool me fez incorporar o falecido.
De alguma forma, não era eu que entrava nela.
Sem conhecê-la, fiz tudo como se fosse treinado.

Dei um tchau sem graça.
Ela pediu pra ligar.
Não vou.

Ela parecia estar apaixonada.
Eu só queria gozar.
Não consegui o que queria.

segunda-feira, 29 de agosto de 2011

Eu prometi que só seria gentil no início


Lisa retornou para a minha casa. Disse que passou os dias se masturbando pensando em mim. Queria mais. Não só repetir. Queria mais.

Ela saiu do colégio correndo para chegar a minha casa em tempo de me ver sem que os seus pais dessem por sua falta. Ela está com a roupa do colégio. Um tênis baixo e pintado. Calça jeans que separa as nádegas. Sutiã apertando os peitos cheios. O cabelo solto. Pescoço magro.

Só a camiseta do colégio, cinza e larga, tenta esconder esses dotes. Lisa é mulher demais pra esse colégio. Se ela fosse esperta, abandonaria os estudos e iria vender beijos em barracas e tirar fotos para revistas. Ficaria mais rica que qualquer professora de literatura.

Ela tenta me agarrar ali, na entrada do meu apartamento. Eu a puxo pra dentro e tranco a porta. Lisa tira a camisa e me pede para comê-la, ali, na hora, com cuidado.

Minha piroca pula pra fora da cueca.

- Calma. Eu não posso ser cuidadoso. – eu alerto-a

- Eu tenho meia hora. Vem, me come.

- Não me basta.

Lisa tem os olhos de decepção. Ela coloca a roupa com vergonha. Eu beijo sua boca e peço paciência. Conto, com palavras secas, que não é fácil pra eu gozar, e que eu quero fazer dela uma cadela selvagem. Lisa agora está assustada.

- A questão é que meus desejos por você vão muito além de meia hora. Preciso de meses. Menstruações. - Lisa não entende e continua inerte – Quero que seja especial.

Combinamos que sábado, ela diria aos pais que dormiria na casa de uma amiga.

Eu já fui carinhoso demais. Sábado ela vai saber o que é lidar com um homem de verdade.

domingo, 28 de agosto de 2011

Adendo


Não resisti. Liguei para Julie. Ela não me atendeu. Passei o dia ligando. Trocentas tentativas e nada. Preciso gozar. Urgentemente.

Escritor

O sol incomoda minhas pálpebras e me faz suar. Não quero saber como acordei no Buraco do Lume, uma praça habitada por mendigos no Centro do Rio de Janeiro. Ainda estou usando uma camisinha, mas nenhum sinal de gozo.

Minha roupa fede a álcool. A sede é grande.

Caralho, como vim parar aqui?

Eu caminho em direção ao metrô da Carioca. Paro numa barraquinha de misto-quente. Peço uma promoção de um sanduíche e um refresco por R$ 1,50.

De longe, uma colega da faculdade de Direito me chama. Assim que ela se aproxima, vejo a cara de nojo com o cheiro que eu exalo. Ela não me dá dois beijos como de praxe, pergunta como estou e eu sou sincero:

- De ressaca e puto.

- Aconteceu alguma coisa? Quer ajuda? Dinheiro? – ela se demonstra falsamente como amiga

- Dinheiro tenho de sobra.

Ela me olha de como quem diz “Nem a caralho que tu tem”. Eu não me incomodo. Foda-se. É dessas patricinhas. Clichês demais para descrever.

- O que você anda fazendo da vida? – ela me pergunta sem interesse

- Sou escritor.

Ela se despede e vai embora. Sim. É melhor ser um mendigo metido a milionário que um escritor.

sábado, 27 de agosto de 2011

Lisa

Ela tira a boca de mim e coloca na garrafa. Ela tira a boca da garrafa e volta pra mim.

Odeio vinho. Tinto, rose ou branco. Mas gosto de línguas lisas e molhadas.

Ela tem singelos 16 aninhos. Virgem – sim, eu acredito. Peitinhos firmes e inchados. Calcinha branca. Bundinha redonda. Lisa como veludo. Não sei de onde ela surgiu e como veio parar aqui, mas não me arrependo.

Lisa bebe como se fosse sua primeira vez. Talvez por isso goste tanto de vinho e não de uísque.

Os beijos são longos e exaustivos. Parecem chegar a lugar nenhum. São beijos atrás de beijos. Quando muito, consigo convencê-la de fazer um carinho por cima da calcinha ou de lamber seus mamilos.

Como se justificasse esse passatempo infantil, Lisa diz que eu beijo bem. Estamos na segunda garrafa de vinho e ela já dá sinais de estar vencida.

A minha sede é oceânica.

Eu tomo a garrafa de sua mão e mato os últimos goles.

Irritada com a minha atitude, Lisa resolve ir embora. Assim que ela ameaça levantar, suas pernas tremem e seu corpo cai sobre o meu. O pau fica entre seus peitos. Lisa ri da situação e desmaia.

Visto a menina de 16 anos, virgem e gostosa, e coloquei-a na minha cama.

Antes de dormir, deitado no sofá da sala, lembrei porque não ataquei Lisa de uma vez:

Eu gosto de mulheres, não de meninas.

sexta-feira, 26 de agosto de 2011

Sem fôlego

Eu já tentei me matar. Asfixiado. Mas o corpo tem movimentos involuntários que me obrigam a lutar pela vida. Tentei duas vezes. Em vão. Pior que morrer, é continuar vivo. Mas enquanto me esforço vagarosamente, meu corpo não luta contra. Ao menos isso.

Há dias que não fico sóbrio. Meus dedos ficaram amarelos dos cigarros. 2 maços por dia. Nada de filtro branco. Marca forte.

Já ouvi comentários de que estou roncando, que a barriga cresceu e tantos outros. Não posso culpá-los. Mantenho meu suicídio em segredo.

O grande problema da morte é a justificativa. Como me fazer entendido?

Outro dia mesmo eu comentei que estava satisfeito com a minha vida. O babaca do meu amigo não gostou do que eu disse:

- Você deveria querer mais pra você. Quem consegue viver assim pra sempre?

- Quem consegue viver pra sempre? – eu respondi

- Não pensa em lutar por uma vida melhor?

- Não.

Depois da minha resposta, ouço um sermão de alguém que é um derrotado, mas que se considera feliz.

Não quero ser um vencedor e não me acho um derrotado. A vida em si que é sem propósito. Vazia de razões.

Vocês que são pretensiosos que me digam:

Há alguma razão não-hedonista para permanecer vivo?

Aceito sugestões.

quinta-feira, 25 de agosto de 2011

Não Gozo 1

Desde que comi a Julie que eu não gozo. Para falar a verdade, eu gozei sim, mas foi me masturbando. É exatamente com a punheta que o prazer vem numa velocidade que sexo nenhum me deu.

No sexo, quanto mais eu transo, mas eu me vejo distante da possibilidade de gozar. Como se eu bebesse água e a cada gole ficasse com mais sede. É um ciclo vicioso. A vontade aumenta, eu passo a trepar mais forte e a vontade aumenta.

Merda!

Isso não me impede de ter poluções noturnas. Acordo cagado de gozo e sem um orgasmo.

A vantagem da punheta é que eu trabalho apenas meu imaginário. Enquanto vou e volto com a mão, a velocidade aumenta conforme minha cabeça acelera. São bundas, seios, peles, xoxotas e bocas. Tudo junto. Não há roteiro, nem alguém específico. Eu beijo uma, agarro o peito de outra, chupo o mamilo de uma loira, como a bunda de uma negra e por ai vai.

Muitas vezes, eu nem sei quem são as mulheres. Talvez algumas transeunte com que cruzei quando fui comprar cigarro. Quiçá mesmo uma vizinha que eu nunca tenha notado.

Já me ocorrei de me excitar com mulheres feias.

Eu gosto delas. Mulheres feias são gostosas. Gordas, magras, feias, sem bunda, sem peitos... Não importa. Um cabelo bem cuidado, um olhar sedutor e uma boca chamativa bastam para salvar qualquer fêmea da castidade.

Defeitos são como ossos e gorduras num churrasco. Só quem sabe fazer conhece a importância dessas partes. Quem só come, prefere a coisa magra, como se fosse independente.

O osso dá sabor. A gordura deixa macia.

quarta-feira, 24 de agosto de 2011

Giulia, Minha Experiência

Meu pau não abaixa. É noite e não quero me masturbar. Pego um dinheiro e vou para Copacabana.

Num bar chamado Balcony, eu me sento numa mesa no meio da calçada e peço uma dose de uísque e uma cerveja. Muitas putas feias passam por mim. Do jeito que meu pau está, comeria qualquer uma.

No fundo do bar, encostada no balcão, está uma loira, por volta de 20 anos, com cabelo nos ombros e um vestido branco, comportado, mas não para esse frio. Eu faço sinal para o garçom chamá-la. Ela vem.

Seu nome é Giulia e, contra as minhas expectativas, é um travesti. Meu pau não abaixa. Eu conto pra ela sobre a dificuldade de gozar que eu tenho. Ela diz que é ótima em solucionar problemas. Peço, então, que ela sai da minha frente e sente ao meu lado. Ela atende imediatamente.

Algumas frivolidades debatidas, três cervejas para ela e várias para mim, eu tento arrancar um beijo.

- Trezentos reais – ela me cobra

- Tá caro.

- Se você acha que eu não valho isso, procure outra.

- Façamos o seguinte: eu te dou quinhentos reais. Se você me fizer gozar, você fica com todo o dinheiro. Do contrário, você me devolve. – ela concorda

No prive de Giulia, todos os clichês são completos. Luz baixa, alguns consolos e cheiro de creme de pele barato. Ela abre uma garrafa de vinho que já estava na metade. Bebemos enquanto trocamos carícias. Ela guarda os copos na cozinha, entra no quarto e pede para esperar.

Giulia sai do quarto apenas de calcinha e um salto. Eu peço e ela dá uma voltinha. O rabo é redondo e na medida, como muitas mulheres não tem. Os seios são firmes e médios, empinados para cima. Meu pau está duro como uma rocha.

Nos beijamos. Tiramos a roupa. Começamos nossos trabalhos. Primeiro eu a como num frango assado. O pau dela, menor que o meu, está duro e goza rapidamente. Mudamos de posição, agora, ela quem me come. Odeio o sexo. Giulia goza.

- Você está segurando?

- Nunca

Giulia está cansada. Damos um tempo. Pergunto se ela quer desistir. Ela nega. Meu pau continua latejando. Trepamos mais uma. Mais duas. Mais três vezes. Só Giulia goza. Eu permaneço como estava: insatisfeito.

Voltei pra casa com seiscentos reais e uma dor no cu.

terça-feira, 23 de agosto de 2011

Couro e Tudo

Alessandra tinha sobrenome e cara de russa. Alta, grande e de personalidade forte. Apesar de formada em psicologia, a principal fonte de renda dela era o trabalho como dominatrix. Sempre de roupa de couro ou látex, ela se apresentava em festas, apenas com a boca, a buceta, o cu e os seios de fora. O rosto ficava protegido.

Ela estudara comigo desde a creche até a quarta-série. Foi minha namoradinha de colégio. Puxava minha orelha quando olhava para outras mulheres ou quando me declarava para a verdadeira paixão que tinha na época.

Os tempos mudaram.

Alessandra exausta de espancar juízes, engenheiros e pastores de igrejas, aparece no meu apartamento. Em poucos segundos ela sai do banheiro com suas roupas de trabalho.

- Come meu cu. – ela me pede

O rabo de Alessandra é magro.

Primeiro, eu passo a língua e babo tudo. Mete um dedo. Meto a língua. Meto dois dedos. Coloco dois travesseiros debaixo de sua barriga, abro suas pernas e forço a cabeça do pau pra dentro.

Os dentes dessa dominatrix rasgam meu lençol.

É no momento em que ela acha que eu vou ser cuidadoso, quando ela confia em mim, que eu enfio tudo de uma vez, rasgando. Ela tenta fugir, mas eu a seguro pelo cabelo.

- Você quem pediu. – eu a lembro

Ela concorda com a cabeça. Continuamos.

Alessandra não goza. Ela apenas se dá por satisfeita. Coloca sua roupa “de rua”, me dá dois beijos e vai embora.

segunda-feira, 22 de agosto de 2011

Lembro de quando aprendi a lamber um grelo.

Catarina era uma menina de outro país. Carnes fartas, coxas grossas e peitos macios. Foi nossa primeira noite de sexo. Ela já era bem rodada, com 32 de idade. Eu, nem tanto, tinha já, ou apenas, 23 anos.

Ela perguntou se eu gostava de chupar uma xoxota. Eu disse que não. Catarina percebeu que eu não tinha habilidade só pela minha resposta.

Num motel, Catarina abril as pernas na beirada da cama.

- Pega essa sua língua afiada e vai passando devagarzinho, de baixo para cima.

Quando eu alcancei o ponto certo, Catarina, sem palavras, me avisou que eu tinha achado o seu clitóris.

- Agora, vagarosamente, dê voltas. – eu obedeci – Isso... Isso aí!

Lembro dela se derretendo na minha boca. De um sabor estranho, mas delicioso, escorregava da ponta da minha língua até meus lábios. Eu estava com a barba molhada como se tivesse saído do banho.

Ela permaneceu calada, soltando gemidos, balançando as pernas, com uma respiração que pesava toneladas. Podia ver uns espasmos na sua barriga.

Eu ia devagar, como mel gelado escorregando de uma colher. Porém, o gosto era levemente salgado, uma delicadeza.

Em pouco tempo Catarina gozou. Sem grandes escândalos. O seu corpo expressava mais que sua garganta. Faltava-lhe voz. Sobravam terminações nervosas. Cabelo, lençol... ela queria apertar tudo.

- Por favor, chega!

Catarina estava sensível como nunca. Ela se encolheu sozinha na cama, debaixo do lençol, em posição de feto, cansada como se voltasse de uma maratona.

- Não era a sua primeira vez, mentiroso – ela reclamou

Mas era.

domingo, 21 de agosto de 2011

Meu Pau


É difícil me fazer gozar. Muito difícil. Por horas ele permanece rígido e insaciável. Em certos dias, de tão duro, sinto dores. A pressão sobe e se mantém no topo. Meu orgasmo nunca chega e isso só atiça mais. O anuncio de um gozo que não vem.

As mulheres chegam a gozar duas ou três vezes antes de mim. Algumas cansam, antes mesmo que eu termine. Elas ficam muito sensíveis ou machucadas. Cada trepada minha aumenta a necessidade de ser mais violento.

Já tentei mulheres e homens. Num determinado momento, achei que eu fosse viado. Não. Um desastre. Tentei um travesti, mas também não obtive êxito, apesar de interessante.

O sexo se tornou uma espécie de tortura. Eu preciso trepar sempre. Cada dia que passa, a vontade é maior, e, quanto maior a vontade, mais dificuldade eu tenho em gozar. Meu pau permanece duro e insensível. Entrando e saindo. Seco e molhado.

Todo dia seguinte a uma noite de sexo eu sofro do mesmo dilema. Sinto como se meu pau tivesse sido violentado. Vermelho, inchado e dolorido. Para piorar, na maioria das vezes, eu nem gozei.

Esse meu pau virou um fardo. Já tentei asfixia, fio-terra, gel, manteiga quente, violências e tudo mais.  Ele permanece imbatível, mais forte que minha resistência, que meu pulmão de fumante e meu coração defeituoso.

Há quem se ofenda, que ache que eu me seguro.

Não.

Se eu pudesse, eu gozava sem dar prazer para as mulheres. Seria como um garoto novo, que com três metidas esporrasse a xoxota toda.

sábado, 20 de agosto de 2011

Até onde eu sou ficção?

Recentemente uma juíza foi assassinada por um grupo de milicianos.

O debate que a grande mídia tentou empurrar foi de uma mulher com uma suposta vida amorosa tempestuosa.

O Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro tenta se esquivar, alegando não ter participação no assassinato.

Um desembargador, Siro Darlan, brincou com a possibilidade de suicídio (foi uma poesia, não afirmação).

Vocês querem saber a verdade?

Durante anos eu trabalhei dentro do TJRJ. Como advogado, eu corria os corredores do Fórum e ouvia serventuários, o pessoal da Xerox, outros advogados e demais aplicadores do Direito afirmarem verdades sobre a administração do Poder Judiciário do Rio de Janeiro.

Há anos que o Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro se dá benefícios por decretos. Auxílio Moradia de trinta mil reais; vale Refeição de mais de dois mil reais; parte do plano de saúde dos magistrados é pago com dinheiro público; e muito mais.

Um cargo que deveria ser um ofício de peso, tornou-se numa gaiola de vaidades. Ser magistrado no Rio de Janeiro é estar encostado num cargo com inúmeras regalias. Ser magistrado, hoje em dia, é ganhar um prêmio na loteria.

Ainda assim, o TJRJ luta para proibir a Gratuidade de Justiça, afinal de contas, Justiça de graça não paga os dois meses de férias.

Essa é Justiça do Brasil. Professores e Bombeiros entram em greve em busca de melhores salários, enquanto um magistrado ganha uma fortuna para se alimentar.

sexta-feira, 19 de agosto de 2011

Obedecer e Prejudicar

Eu acordei tarde. O ar-condicionado e a janela pesada deixam meu quarto com a eterna sensação de ser noite. Patrícia continua na cama e já perdeu o horário de ir trabalhar.

Na cozinha eu acendo um cigarro, esquento a água para fazer café, jogo uma água na frigideira suja e uso-a novamente para fazer ovos mexidos. Primeiro a manteiga, depois os ovos, um pouco de sal, misturo tudo com a espátula, jogo uma salsinha e sirvo num prato. O café também está pronto.

Patrícia ainda dorme. Acendo a luz. Ela toma um susto e ri do fato de estar de pé usando apenas um avental rosa. Eu apago o cigarro num copo de água largado no chão e deito ao seu lado. Aviso do horário. Patrícia toma outro susto. “É tarde demais para se preocupar” – eu aviso.

- Como você consegue viver assim? – ela me pergunta

- Não faço planos para o futuro. Aliás, nem quero um futuro. O amanhã é um tédio que eu enfrento com o hoje. O presente me basta e já me enche.

Patrícia não entende o que eu falo. Era de se esperar. Ela é daquelas loiras retardas que fizeram faculdade particular e casaram cedo. Seus pais não lhe negaram um presente ou vontade. Por isso que ela procura por mim, Patrícia precisa se ajoelhar.

- Meu casamento me dá segurança, não tesão.

- Foda-se.

Incomodada com a minha resposta, Patrícia continua a comer o resto do ovo mexido. Em seu rosto há um misto de indignação de querer me responder, com uma obrigação de ter que ouvir calada.

Patrícia é daquelas que sempre gostou, mas nunca teve prazer com sexo. Comigo ela goza. Faço questão de agradá-la. Por sua felicidade no casamento em dúvida. Fazer seu marido procurá-la nos hospitais de madrugada. Fico feliz quando Patrícia me procura para se vingar do marido ciumento.

Transar com ela é uma doação. Sou 100% altruísta. Paciência, auto-controle e resistência. Horas enfiado com a cabeça entre suas pernas. Horas acariciando seu corpo magro e cheio de ossos pontudos.

Patrícia se dá por satisfeita com metade do ovo mexido que eu fiz.

- Já que eu me dei folga, que tal aproveitarmos mais?

Eu como o resto dos ovos para recompor minha energia.

É necessário atuar como escravo para estragar sua vida.

quinta-feira, 18 de agosto de 2011

Julie Gosta de Sofrer

Só eu e Julie sobramos. A conta de cervejas já passa de 30. Os cigarros estão terminando. Julie veste uma roupa xadrez, um sapatinho com laço, cabelo vermelho, tudo no esquema, cumprindo seu papel de estilista de pinup. Eu, calça jeans, camisa florida e blazer. O bar está praticamente vazio. Alguns alcoólatras e nós dois.


Conversamos sobre canibalismo e formas de fazer a carne humana. Ela sugere picadinhos na manteiga, com cogumelos, um pouco de vinho tinto, acompanhado de arroz à piamontese. Eu prefiro sal grosso, alecrim ou louro, alho, pimenta e azeite no forno em fogo baixo, tudo isso acompanhado com uma farofa de banana ou purê de batata.


Os cigarros terminam. Julie sugere sairmos pra comprar outros. Eu topo.


De volta ao bar, eles não aceitam abrir novas mesas ou contas. Pedimos umas latas para viagem e sugiro irmos ao meu apartamento. Ela topa.


Sentamos no chão da sala. Eu abro uma gaveta e começo a apertar um baseado. Julie serve a cerveja nos copos sujos que estavam em cima da mesa.


Julie gosta de mulheres, apanhar forte e ser mordida. Eu gosto de pés e infernos. Ela me mostra suas tatuagens. Eu, minhas cicatrizes.


Quando o baseado acaba, eu sugiro um beijo. Ela topa.


Ela beija bem. Eu fico de pau duro. Julie confessa nunca ter apanhado de um homem. Eu topo.


Julie se levanta, solta o vestido e deixa-o cair no chão. Os mamilos são grandes e bem rosados. A barriga é saliente e as pernas gordinhas. Ela tem duas covinhas nas costas. Julie tira os óculos e pergunta se pode gritar enquanto apanha. Eu dou aval e a levo para o quarto.


Eu tiro o cinto da calça e penduro o blazer no cabide. Julie fica de quatro, ainda de calcinha. Eu aperto suas nádegas com força. Ela rebola e pede mais força. Eu encho a mão com sua carne. Dou um tapa fraco, Julie pede mais forte. Dou um mais forte, e mais forte... ouço os pedidos para eu não ter dó. Eu topo.


Minhas mãos ardem. Suas nádegas estão vermelhas e ela lacrimeja. Julie quer mais e mais forte. Eu pego o cinto e a chicoteio. Finalmente ouço um grito. Aquilo me excita e sinto meu pau latejar como se fosse gozar. Eu ponto minha mão entre suas pernas e aperto sua coxa, bem perto da virilha. Isso dói nela, que se vira e deita com a barriga pra cima. Eu entro entre as suas pernas e começo a dar tapas no seu rosto e apertar seus mamilos com violência.


Julie me segura com as pernas em volta do meu torso e tenta se defender dos meus ataques. Eu sou muito mais forte. O rosto dela está vermelho e o choro é alto.


Eu arranco sua calcinha com uma das mãos. Julie me olha com espanto. Sinto sua vagina molhada e quente. Com uma das mãos ajeito o pau. Ela me pede para parar. Tarde demais. Eu estou dentro.


Com todo o meu peso, eu me empurro pra dentro dela. Ela corta minha pele com suas unhas. Eu a abraço e começo a morder seu pescoço e peito. Julie goza enquanto dá o seu mais alto grito. Eu também não me controlo e sinto minhas pernas tremerem. Agora, sou eu quem me desmancho.


Tiro o pau de dentro de Julie e vejo toda a sua sensibilidade. Logo dela, que gosta de violência e carne humana. O choro de Julie é desesperador, como de uma mãe que perdeu o filho.


Eu volto pra sala, abro uma nova cerveja e ouço o choro de Julie ecoar na casa.


Naquela noite, eu e Julie dormimos agarrados.

quarta-feira, 17 de agosto de 2011

Apresentação do Personagem

Isso me aconteceu há três meses atrás.

Eu, atuando como advogado em causa própria, consegui uma boa grana processando o Estado. Esse processo durava anos, foi um acidente, mas o Estado, por força da Lei, não tem como se defender de certas acusações.

Aproveitei e ganhei uma grana preta. Mamei nas tetas do Governo como muitos fazem.

Abandonei a namorada, com quem eu morava há quatro anos, o trabalho de advogado, troquei de endereço, contato e deixei a família para trás. Quero uma nova vida, a qualquer custo. A antiga estava um tédio.

Meu nome verdadeiro não é Renato Neige. Tenho 36 anos, passei a vida entre mediocridades e lugares comuns. Vivi poucas loucuras e experiências.

Eu não pretendo chegar aos 40. Por isso que vou narrar meus excessos e dar minhas opiniões.

Quem sabe eu viro um livro?